O que houve em Calnat? - Nós explicamos! (Ou tentamos...)

Calnat é com certeza um dos arcos mais complexos do enredo do jogo. Envolvendo não só uma trama dramática, como também todo um conceito de viagens temporais que nem o próprio Doc de De Volta para o Futuro conseguiria explicar (Ou talvez conseguiria, quem sabe...).

O objetivo desta teoria é tentar entender o que exatamente aconteceu neste arco e quais as consequências que se desenrolariam caso alguns eventos não ocorressem, como decisões de certos personagens e principalmente a presença/ausência de uns. 

 


Para começar, é necessário explicar a história deste arco: A Grand Chase viaja anos atrás para deter Decane e Elscud, que voltam no tempo para a extinta Calnat: A civilização de Arquímidia que era considerada o apogeu da tecnologia e - para quem não está ligando o nome a pessoa - a cidade natal da Mari. Eles voltam no dia que os Highlanders - Grupo de heróis da qual Sieghart já fez parte em sua época - saíram em uma excursão contra o demônio ancião (Duel) há mais ou menos 10 dias. Mari explica que em 3 dias, Calnat iria ser dizimada devido a grande explosão causada pela ativação do Martelo de Ernasis

No decorrer desta história, conhecemos não só as versões jovens de Caxias Grandiel e Bardinar, mas também outros personagens importantes como Serdin e Canaban (Isso mesmo, as duas personagens que deram origem aos reinos homônimos!). A trama não só envolve a relação dos personagens e as motivações por trás dos ocorridos do jogo antecessor (Principalmente as de Bardinar que levaram a catástrofe), mas também a origem de Kyle e Cindy e até mesmo um golpe de estado.

A história em relação ao jogo antecessor não difere muito aqui (É claro, tirando alguns elementos que a desenvolvedora varreu da história por de certa forma serem desnecessários, como a Pedra das Almas que originou a La Geas). Inclusive, relembramos alguns diálogos que já vimos na versão PC como o momento que Caxias e Bardinar conversam sobre a Bíblia da Revelação (Visto ao final da missão Império de Astaroth no jogo anterior).

 

O clímax da história é justamente quando Bardinar tenta obter o poder do criador ativando o Martelo de Ernasis, assim dizimando Calnat de vez e iniciando os eventos que conhecemos desde o GCPC. O que ocorre aqui de diferente é que há um adendo importante a história que não é contado ou sequer mencionado na versão antecessora, e é esta: O motivo do Martelo explodir é justamente a Grand Chase deter Bardinar de obter o poder do criador.

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Deu um nó no cérebro por um momento. Não deu? Calma que a própria história do jogo explica isso em partes, e outras a teoria irá buscar explicar para tudo fazer sentido!

Uma das perguntas que obviamente se faz é: Como a Grand Chase esteve presente nesse episódio? Existia uma Grand Chase antecessora a que conhecemos?

E a resposta é sim, existia. Mas não como se fosse uma organização criada com membros anteriores (Vista em HQs como a Sociedade da Justiça, uma antecessora a Liga da Justiça da DC). A coisa aqui é um pouco mais além. Os eventos em Calnat são na verdade um loop temporal: Algo que está fadado a sempre ocorrer da mesma forma independente de quantas vezes forem vividas, e ocasionam o mesmo resultado (Quem já assistiu Stein Gates, sabe bem o que é isso).  Aqui uma única coisa era inevitável, que é explicada pelo Caxias do presente: Calnat tem que explodir, independente do que aconteça.

A razão para isto era cabível: Se o Martelo não explodisse e dizimasse a civilização, Bardinar obteria o poder do criador (Eu pelo menos acho que é um bom motivo para sacrificar uma cidade inteira. Brincadeira!). É claro, se a equipe tivesse voltado um pouco mais cedo, haveria a possibilidade de impedir isto de ocorrer, obviamente, podendo alterar o futuro/presente que conhecemos.


Ok, a Grand Chase estava presa em um loop temporal, o que realmente fez ela conseguir sair dele se estava fadada a morrer com a explosão? E como eles podem ser responsáveis por um evento que basicamente fez a linha do tempo que eles surgiram ocorrer?

Para a primeira pergunta, a resposta está em um personagem: Kyle. De acordo com o próprio Caxias do presente quando conversa com sua versão mais jovem: Kyle não estava previsto para lutar ao lado da Grand Chase contra Bardinar antes da explosão ocorrer. Já que ele teria morrido na luta contra Belile na Floresta da Vida, por estar incapacitado pela maldição que sofreu anteriormente.

O fato de Kyle estar vivo é relevante quando momentos antes da explosão, o próprio Bardinar para o tempo para conversar com o jovem espadachim. Ele teria desistido de ser o criador e assim resolveu salvar a toda Grand Chase de ser varrida com a explosão. Mas para isto, seria necessário o poder da Nephilin que residia dentro do Kyle (O motivo para o personagem ter sido salvo da maldição e conseguido lutar pau a pau com Belile). Com isto, a Grand Chase volta para o seu tempo e mantém a linha do tempo intacta (Ou será que não?).

Primeiramente, vamos lembrar o que desencadeou esses eventos: A Grand Chase retorna ao passado para deter Decane. O que já é arriscado se a linha do tempo for linear. Já que qualquer interação de uma persona do presente com alguém do passado ocasionaria um paradoxo(Uma contradição, dois ou mais eventos que tecnicamente não deveriam coexistir). Já apontando que o loop em Calnat não é um evento linear, pois os dois Caxias se encontram e conversam sem ocorrer consequências que alterem o passado e o futuro.

Esta não é uma exceção só pelo Kyle ter vivido para viajar no tempo junto ao grupo, pois o próprio Grandiel do presente explica que ele já havia se encontrado com outro Grandiel em seu passado que explicou a mesma coisa, com a exceção de que naquela ocasião, o Kyle deles havia perecido em batalha antes mesmo de voltar no tempo (O que prova sem sombra de dúvidas que esses acontecimentos ocasionam um loop temporal).

Para a segunda pergunta, é um pouco mais complicado de explicar, mas não impossível: Um ou mais eventos de um futuro que intervém aquilo que os ocasionou, se tornando a própria causa pelo seu surgimento. Felizmente não é um conceito criado pelo próprio jogo, e já foi visto diversas vezes em desenhos/filmes e séries que abordam o tema. Alguns optam por chamar de Mutualismo Paradoxal, que basicamente é descrito da mesma forma. Independente do que pode ter sido o pontapé para a explosão, a Grand Chase intervir já a torna o próprio gênese de sua existência.

É uma possibilidade já explorada há muito tempo e da mesma forma foi abordada nesse arco. A única diferença é que ao invés de mudarem a própria linha do tempo, eles geraram uma nova (Já que não sofreram consequências do evento quando retornaram ao tempo deles). Em outras palavras: O ciclo continua se repetindo normalmente, com a diferença de que há um segmento - graças a existência de Kyle naquela ocasião - que o grupo sobrevive a explosão (E é exatamente a linha que eles se encontram).


Mas e quanto as outras linhas e possibilidades? E se a GC tivesse chegado mais cedo? E se alguém tivesse percebido as intenções de Bardinar a tempo? 

Da mesma forma que a presença de Kyle na última luta interferiu no loop temporal, qualquer outro evento do tipo só geraria uma nova linha a partir desta. Em todo caso, a cronologia do jogo sugere que independente do que ocorra de diferente no mundo 3, o fim da civilização tecnológica era inevitável (Ou seja, o loop continuaria até alguém novamente mudar o que aconteceu).   

As possibilidades são prováveis quando o próprio Caxias do presente fala pra Grand Chase que se tivessem chegado mais cedo, seria possível impedir a explosão e a ascensão de Bardinar, mas naquele ponto, um dos dois eventos ocorreriam.

Um dos momentos da história sugere que Caxias teria um plano B caso fracassassem no objetivo de lidar com Bardinar antes dele tomar o poder do criador. Um diálogo entre Elscud e Grandiel na Torre das Ilusões após os acontecimentos de Império de Astaroth revela que se tudo falhasse em deter o vilão, a única opção seria matá-lo e para isto, Elscud teria que se aliar com Decane (Explicando também o motivo do cavaleiro vermelho estar acompanhando a antagonista). Mas, devido a ativação do martelo, a explosão ocorreria querendo ou não.

Outro momento é quando Grandiel encontra Kyle e Cindy recém-nascidos nas ruínas de Calnat em Arquímidia. Até aquele ponto, o mago teria a escolha de aniquilá-los, evitando assim que Heitaros tivesse a chance de reencarnar (Os dois bebês eram na verdade fragmentos da alma de Bardinar). Mas por um momento de compaixão, ele resolve adotá-los e criar uma família em Kricktria. Uma decisão que se tivesse tomado outro rumo, provavelmente não possibilitaria o rompimento do ciclo em Calnat ou criaria uma nova linha onde a GC jamais se reencontraria e isso ocasionaria na ascensão de Bardinar como o novo criador.  

Em todo o caso, as possibilidades são infinitas, sendo ramificações deste ciclo. Duas possibilidades eram inegáveis até aquele ponto, podendo ser exploradas com base nos relatos da história ou apenas em teorias como esta apresentada. A KOG deixou o arco de Calnat linear, mas com várias possibilidades que podem ser pensadas dependendo de cada decisão tomada pelos personagens. Aqui nem um nem outro são dispensáveis (Pelo menos até este arco), e cada peça movida acaba se tornando uma nova história contada. 

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